sexta-feira, 28 de maio de 2010

Revoltinhas

Acordei meio insatisfeita. Claro, a mini-ressaca do dia anterior sempre deixa assim. Mas tem alguns pontos que me deixaram mais sensiveizinhas:

1. a função social das substancias psicoativas.

Todo mundo que me conhece na vida real sabe que eu não uso drogas e nunca tomei um porre. Mesmo assim sou conhecida pelos bola-foras, por ter o tom de voz alterado, por falar umas verdades nas cara das pessoas (#barraqueira), por não ter vergonha de cantar e dançar onde quer que eu esteja, enfim, pareço estar sempre "beuda".
O que acordei incomodada foi isso: porque as pessoas tem que consumir algo, buscar algo exterior a elas para se dar ao luxo de liberar suas vontades? Claro que eu não estou fazendo apologia a que as pessoas aflorem seu sadismo e as coisas que vão fazer mal as outras, mas porque certas atitutdes só são jusificadas porque houve uma modificação quimica temporaria de seu cerebro?
É uma pergunta retórica e eu sei que a resposta não cabe em um post de blog, merece litros de livros falando sobre isso. Mas né?
Não sou a favor de que as drogas sejam criminalizadas. Muito pelo contrario, sou a favor da liberação das drogas para que houvesse um controle na produção, para as pessoas não consumirem um desinfetante achando que é lança-perfume, ou bosta de cavalo achando que é maconha. Mas sou muito contra a essa postura da sociedade de justificar comportamentos com drogas:

- fulan@ se matou: el@ era drogad@? Usava remedio controlado?
- siclan@ pegou geral na festa: el@ tava bebad@?
- beltran@ ta sempre alegre por aí: ah, só pode usar alguma coisa.

Poxa, então quer dizer que as pessoas sempre precisam de um fator externo a elas para terem VONTADE de fazer alguma coisa? Será que ela não pode simplesmente GOSTAR e não ser movido por um agente exterior?

"Mas louco é quem me diz e não é feliz" - Mutantes

To be continued

quinta-feira, 6 de maio de 2010

@ estrangeir@ em mim.

Há experiencias nessa vida que, por mais que voce fale sobre elas, não conseguirá explicar o que sente para uma pessoa que não passou por isso. Ser mãe/pai, ouvir uma musica incrivel, passar momentos com pessoas espaciais, ver o time ganhar a Libertadores (oi @renatothibes? Explica aí....). Mas das experiencias indescritiveis de se falar como se sente, o intercambio é o que está mais na minha cabeça nesse momento.
Fazer intercambio digo passar um tempo fora do país sabendo que vai voltar, quando lerem nesse texto a palavra intercambio, é sobre isso a que me refiro.
Minha experiência foi assim:

- o antes: O que eu mais queria nessa vida era conhecer alguns lugares da Europa. Pode parecer um sonho bobo, mas sonhos são assim mesmo, não há muita racionalidade mesmo. Passei um bom tempo da minha graduação tentando um intercâmbio e cada "não" era sofrido. O sim veio de um jeito especial, comemorado como final de copa do mundo.
Tudo muito bom, tudo muito bem, até que a retardada da minha amiga Laura colocou um problema nesse sonho: "EU NEM VOU SOFRER TANTO DE SAUDADES ESSES SEIS MESES PORQUE EU SEI QUE VOCE VAI ESTAR FELIZ." Porra Laura, precisava me lembrar que eu ia ficar SEIS MESES de longe de tudo que eu amava?
A Laura digitou o comando "choro" no meu pré-intercambio. É lógico que eu não queria desistir, mas esse banho de realidade tornou um pouco mais dificil os preparativos.

- o durante: Saudades do povo da minha vida brasileira era grande... como era. Mas a perspectiva de conhecer muitas coisas e muitos lugares me destrairam da coisa mais importante: o conhecer pessoas. Se você for fazer intercambio e não conhecer ninguem do país que voce foi mais profundamente (isso não é um eufemismo para sexo, tá?), era melhor nem ter saído de casa. O nome dessa experiencia é turismo e não intercambio. E eu conheci pessoas maravilhosas, me dei ao luxo de fazer um intercambio dentro do intercambio, que foi a oportunidade de conviver com uma pessoa autista (sem duvida, um outro mundo).

- o depois: Voltar para a casa e reencontrar a família Restart... ops.... a família e os amigos é uma delícia. Você tem um mundo de histórias para contar e, quando se dá conta, as pessoas que você conheceu por lá FAZEM PARTE DA SUA VIDA. O sentimento que imperou graças a rainha Laura (uma déspota esclarecida) volta para a sua vida, mas de uma maneira mais assustadora. As saudades das pessoas do Brasil tinha prazo de validade (seis meses) enquanto as saudades do povo de lá tem prazo indeterminado.

Conclusão: O intercambio não vai sanar o seu sentimento de inquietação com a vida... ele só aumenta esse sentimento, mas de uma maneira doce.

Post dedicado ao @Jiquilin , que está voltando para a casa. Aproveite!