quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Kibando

Texto da Ailin Aleixo... super pertinente

FAZER AMOR.

Sempre achei essa expressão coisa de menina virgem do interior ansiosa por uma fusão romântica-orgásmica-amorosa-eterna. E, inevitavelmente, a pobrezinha passaria o resto da vida amuada, copulando com um cara muito mais interessado no campeonato mineiro de futebol do que em fazê-la gozar.

Não acredito nesse papo de demonstrar todo o sentimento que vai por dentro através da união mágica dos corpos. Acho uma pentelhação sem fim filmes românticos em que o casal enamorado transa à luz trepidante de velas, inebriado pela brisa, sussurra palavras de devoção eterna ao pé do ouvido e, ao final, repousa nos braços um do outro sem uma gota de suor e com todos os pêlos no lugar. Pelamordedeus! Sexo é incrível porque é irracional, animal. Porque, naquele momento, você se esquece. Perde-se. Une-se ao outro e, somados, viram gozo, loucura temporária. É incrível porque é insano.

Amor não se faz. Amor se sente. Amor se dá, se doa. A materialização física dele pode ser carinho, pode ser cafuné. Pode ser sexo. Mas apesar de ser uma ferramenta poderosa, ninguém passa a amar através do sexo nem cria amor por ele. Existe uma diferença colossal entre trepar e transar com quem se ama— o primeiro é uma atividade aeróbica. O segundo, é ter prazer em provocar prazer. É importar-se com as pequenas reações do outro, é catalogar mentalmente tudo o que causa arrepio, gemidos. É ficar feliz em sentir a pele, em encaixar as curvas, em respirar perto do pescoço.

Para mim, fazer amor não é um jeito meiguinho e politicamente correto de se referir ao sexo. Para mim, fazer amor é estar com quem se deseja profundamente do jeito que se gosta; sem moralismos, com risos. Depois, ficar na cama conversando. Ou dormindo. Ao acordar, ir à geladeira trazer água. É pegar duas toalhas de banho no armário. Perguntar aonde vamos comer depois. Dar um abraço ao caminho do elevador. É entregar-se a viver o dia-o-dia. Sem medo. Com esperança.

Sendo assim, quero mais é fazer pelo resto da vida.

http://revistaalfa.abril.com.br/blogs/mulher-honesta/2010/09/30/o-que-raios-e-fazer-amor/

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Pista Giratória- Revoltinhas

Hoje vou fazer o Felipe Neto e dizer: isso não faz sentindo!!!!!

Estamos eu e o @gu_garotti comentando sobre nossos fim de semana e ele me contou sobre a boate que ele foi:
- Ah, la tem pista giratória! Tem gente que parece acabado de sair de um catalogo da Ford Models! Mas lá é super heterofóbico, com cartazes dizendo "se algum hetero constranger voce, nos avises que o tiraremos do recinto".

Óbviamente, eu não concordo com o conceito de "heterofobia". Nunca vi, e espero não ver, nenhuma notícia de pessoas serem espancadas ou mortas por serem hetero. Independente disso, acho a atitude de alguns homossexuais muito reprovavel. Homossexuais sofrem por serem descriminados e humilhados por serem uma minoria (há controversas), então porque agir de uma maneira que te faz mal com os outros?

Eu sempre acreditei que a busca pela igualdade não deve ser a imposição de uma igualdade. A igualdade pela qual eu luto é a igualdade de direitos, não luto por uma atitude fascista que quer que todos sejam do mesmo jeito, tenham o mesmos gostos e tal.

Outro cartaz que tinha na tal boate em que meu amigo foi tinha também um cartaz dizendo: "heteros, nós permitimos sua entrada aqui, mas com as condições X, Y e Z". Apesar de morrer de vontade de conhecer uma pista de dança giratória, a vontade de vomitar lendo cartazes desse tipo me faz querer não compartilhar dessa pista giratória em questão.