quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Canções de amor

Canções de amor

A minha ideia inicial era fazer uma lista de top five melhores musicas de historia de amor. Mas ai veio a pergunta: melhor do ponto de vista de quem? Meu, obvio. E a quem interessa esse ponto de vista? Somente a mim. E fui eu desmotivada a bolar uma lista.

Surgiram outros empecilhos metodologicos: voce ja ouviu todas as musicas de amor do mundo, Lety? [ainda] Nao. Voce se lembra de todas as musicas de amor que ja ouviu na vida? Nao, a Lety nao lembra.

Ponho aqui essas qurestoes para me justificar caso tenha favorecido uma musica que voce leit@r acha que eu poderia ter escolhido outra. E tambem justificar o meu texto ralinho em um assunto que da tanto pano para manga.

Hello- Lionel Richie

Essa cancao tem sido a preferida na minha mente por esses dias. Sua base eh um piano melancolico que soh serve para dramatizar a letra de um amor platonico. Mais que isso, a letra eh uma declaracao de amor platonico. E quem nao teve um amor platonico? Assim como o eu lirico da musico, conheco varias pessoas (essa que vos fala inclusive) que ja beijaram os labios da pessoa amada mais de mil vezes em pensamento, que vive pensando no que a pessoa esta fazendo, onde ela esta, se esta sozinho, se sentindo solitario (na verdade sempre eh o meu maior desejo) ou se esta sendo amado por alguem.

Em nenhum momento o eu lirico da musica fala que a pessoa amada TEM que ficar com ela, mas sim vai argumentando de como elas foram feitas uma para outra. E ainda, o eu lirico pede uma pista de como eh que se faz para se conseguir o amor da pessoa amada. Nota 10 em romantismo e idealismo, 0 para o mundo real, pois uma revelecao tao stalker assusta qualquer pretendente.

Blowers Daughter – Damien Rice

A letra dessa musica nao eh la essas coisas, mas essa musica constaria em qualquer lista minha. O significado dessa musica ultrapassou o status de trilha sonora de Closer para mim, ela eh a delimitadora do declinio de um romance meu. E como eh o nome do ponto em que se comeca o declinio? Apogeu. Pois eh, uma musica que marcou o apogeu de uma relacao especial estara em qualquer lista minha. Destaque para os agudos tristes de Damien Rice.

Just the way you are – Billy Joel.

Musica feita para mulheres, sem duvida. O autor da musica pegou no ponto mais certeiro da sociedade ocidental judaico-crista contemporanea: a busca pela perfeicao fisica segundo os padroes estabelecidos pela sociedade. As mulheres sao as que mais sofrem com isso. Desafia voce leit@r a dizer sinceramente se nao conhece pelo menos uma mulher no seu cotidiano que nao sofre com dietas, com a forma do seu cabelo, com a sua pele, entre outros. Ai vira o caboclo e te diz: voce nao precisa mudar nada, eu te amo do jeito que voce eh. Romantismo nota 10, realidade nota 2, pois ninguem eh perfeito.

Eu te amo – Chico Buarque

Chico Buarque, seu maroto! Pegou o maior numero de imagens possiveis da lingua portuguesa e colocou metrica e rima. As imagens sao todas remetendos a uma pessoa confusa, desnorteada. A melhor musica do universo para voce pedir para alguem voltar para voce. Mas atencao ao fazer uso dessa musica: nem sempre voltar com a pessoa que voce ama (que eh o caso da musica, o termino de uma relacao recente em que o eu lirico ainda ama o interlocutor) vai ser o melhor para sua vida. Romantismo nota 10, subserviencia nota 10.

Eh claro, lembrem-se que na maioria das musicas o amor eh algo que acontece na CNTP, dificilmente vai acontecer na sua vida de modo igual.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Equação.

Disse uma amiga minha, certa vez, que eu tinha uma grande carga sexual. Por carga sexual entenda uma sensualidade exarcebada, que escapa nos gestos, no modo de falar, no sorriso, nas palavras. Mas não é uma coisa aberta, disse ela, é uma coisa velada, só de quem tem uma boa percepção para sentir essa carga.

Pois bem, mais para frente na minha vida, um amigo me disse que eu sou egocentrica demais. Que eu não me atento ao mundo a minha volta.

Agora pensem na equação:

Sensualidade exarcebada + egocentrismo = ?

É igual a falta de noção do mundo.

É igual a passar a idéia errada para as pessoas.

É igual a muita dor.

Feliz dia das mães

Não sei como é a relação de vocês com suas mães, mas imagino que a grande maioria das pessoas tem ou teve algum conflito com suas mães em algum momento de suas vidas. No meu caso, e acredito que muitos de vocês compartilhem disso tambem, a maioria dos meus problemas com minha mãe é na tentativa (na maioria das vezes frustradas) de conseguir o orgulho, o reconhecimento dela nas coisas que eu faça.
Porque na maioria das vezes frustradas? Porque nos duas somos dois individuos diferentes, simples. Ela não espera de mim o que eu quero mostrar para ela, e sim coisas em outros dominios que eu nao tenho tanta desenvoltura. Por exemplo, eu contar como consegui desenvolver uma pesquisa nao causará tanto entusiasmo como se eu contar que aprendi a bordar ponto cruz com a técnica do avesso perfeito.É o choque de expectativas que geram os nossos conflitos.
Pois bem, quem me conhece um pouquinho a mais, sabe que a maior alegria da minha vida foi realizar meu sonho de conhecer a Europa (zzzzzzz..... essas pessoas vão responder, pois estao cansadas de ouvir essa historia). Minha mãe ficou bem orgulhosa de mim e talz, mas ontem eu descobri o meu feito que fazem os olhos dela brilharem e me surpreendi muito. Ela me contou de uma conversa que ela teve com as coleguinhas dela de CFC, sobre “criancas” com hidrocefalia, que a fulaninha tem a filha em estado vegetativo, que a filha da siclaninha morreu disso. E que a filha dela superou tudo isso.
Com as palavras dela percebi que ela se orgulha de eu ter me esforcado para manter algo que soh ela me deu, a vida. Assim fica facil, né dona Angela.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Lição de gramática

Diálogo acontecido agora com o meu grande amigo Harry sobre a música de Carrie Underwood, Last Name:
[...]
Eu: Harry, sabe o que eu tenho aprendido com musicas e seriados norte-americanos? Que "let call me baby" é um eufemismo para sexo. Vi isso numa música country.
Harry: Eufemismos para sexo é uma coisa muito boa.
E: Não acho, prefiro quando evoluem para o dirty talk
H: Eufemismos evoluem para hipérboles e hiporboles para metonímia. E sabe como é, né? METOnímia, o todo pela parte, parte pelo todo, o todo com todo e a parte na parte.
[...]
H: Letícia, gramática é como música country: idiota daquele que ignora.

Te quiero mucho

Hoje eu acordei com saudades da Espanha. Dos lugares que eu conheci, a Espanha foi o lugar que eu mais me identifiquei. Se fosse para escolher ser a cara de um lugar, escolheria a Inglaterra. Mas eu não escolhi.
Eu acho um pé no saco o imaginario que se vende dos lugares, por exemplo, Brasil país do samba e futebol; Paris é uma cidade glamourosa; só na Africa voce vai conhecer o verdadeiro mundo selvagem; os Estado-unidenses são todos burros manipulados pela televisão e por aí vai. Por lógica, esse discursinho de que a Espanha é um lugar místico, sempre me pareceu uma grande bobagem.
A Espanha é um lugar como todos os outros urbanizados na face da terra. Simples assim. Mas para mim, a espanha ganhou uma dimensão muito maior. Lá eu tive experiencias fantásticas e intensas. Lá eu fui amada, odiada, venerada e até a indiferença de lá foi muito mais aconchegante do que as de outros lugares. A Espanha foi meu trampolim para o resto do mochilão e o lugar que me recebeu de braços abertos quando eu estava me preparando para voltar ao Brasil.
Das pessoas que eu conheci, das comidas que eu comi, das musicas que eu ouvi, das obras de arte que eu pude ver, dos solos que eu pude pisar, dos amigos que eu pude fazer... tudo, tudo mesmo parecia fazer muito sentido para mim naquele lugar. E com sentido, não quero dizer lógica racional cartesiana, muito pelo contrário, é algo tão subjetivo que eu não consigo exteriorizar. Só faz sentido para mim, só eu tenho essa experiencia.
A sensação que eu tive ao sair de lá era de estar indo embora de minha casa. Nunca um lugar me fez sentir tão em casa como a Espanha, nem minha própria casa. Tenho saudades do que eu vivi lá sim, mas mais do que isso: tenho a impressão que ainda tenho muito a realizar por lá. E tenho a impressão que só lá eu estarei plenamente feliz.