sexta-feira, 1 de abril de 2011

História "aplicada"- preservar?


Daí que estava eu num forum sobre gestão da Informação e a pauta era: "como disponibilizar conteudo Kaingang em lingua Kaingang". A argumentação do cara era a de que esses indigenas pudessem se ver representados na internet e não deixar que a cultura destes se perca. Isso gerou um questionamento em mim:

- Será que a cultura da "preservação" faz parte de outras culturas que não seja a "civilizada" (ocidental-judaico-cristã)?
- Seguindo essa premissa, será que incutir o pensamento da preservação não é aculturar essas outras culturas?
- Ter o registro dessas outras culturas interessa aos membros dessa cultura ou ao observador "civilizado"?

Eu dou todo apoio à preservação de culturas diferentes das minhas, mas não acho válido que isso parta da minha visão. Para mim, isso deve ser um interesse genuíno dos integrantes das outras culturas, incorporar esse pensamento "preservacionista". Vindo de pessoas que só tem o interesse em fetichizar a cultura do outro, prefiro que essas culturas se percam.

Mas e aí, voces? Concordam ou discordam de mim? Voces têm alguma base teórica para alimentar a discussão? Me sentiria grata de saber o que voces pensam sobre isso?


pS: A ilustração desse post é do meu queridissimo Sir Alma-Tadema, que era um lindo wannabe conservador de uma cultura greco-romana anacronico.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Maquiagem

Ela sentou-se em frente ao espelho de sua penteadeira: hora de se maquiar.

Primeiro uma loção adstringente pré-maquiagem. O adstringente tira a sujeira, a oleosidade e quiçá até dá um jeitinho nos cravos. Afinal esse ritual de se maquiar não tem só a finalidade de esconder o rosto, é também uma forma de cuidar da pele.
O próximo passo é o que mais serve para se esconder, o corretivo. O corretivo esconde as imperfeições, disfarça aquilo o que voce mais execra no seu rosto.
Em seguida, a base. A base torna tudo uniforme, as coisas que voce não gosta com as coisas que voce gosta: é tudo a mesma coisa agora. Mas essa uniformidade tira a aparencia de natural do seu rosto, e por isso vem o pó.
Depois dessas fases que valorizam o alicerce, vem a parte mais divertida: os enfeites! Colorir, aumentar, diminuir... fazer de seu rosto uma tela lúdica que nem de longe lembra as marcas cronicas do rosto.
E o ritual está pronto, voce agora está linda.

Só me pergunto quando é que eu vou conseguir arrumar uma maquiagem para a alma, que tem marcas tão fundas que só a plástica daria jeito.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Dança Macabra

Ele não estava no lugar que lhe era de costume. O meio em que estava o tocava de forma a destruir as suas fibras, porém o mesmo meio o instigava a bailar em camera lenta. Era como se a sua própria destruição fizesse parte desse balé macabro, do qual nunca conseguiria sair ileso.
Porém os movimentos cessaram, o meio se estabilizou e, em seguida, surge vindo de Netuno um grande turbilhão que o levaria para as profundezas de Hades.

Aí a iminente destruição não tinha mais nada de iminente: foi o seu fim

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Sem querer atrapalhar o lirismo do momento, essa é a descrição do pedaço de papel higienico que caiu hoje de manhã na privada. Malz ae a manerisse