Daí que estava eu num forum sobre gestão da Informação e a pauta era: "como disponibilizar conteudo Kaingang em lingua Kaingang". A argumentação do cara era a de que esses indigenas pudessem se ver representados na internet e não deixar que a cultura destes se perca. Isso gerou um questionamento em mim:
- Será que a cultura da "preservação" faz parte de outras culturas que não seja a "civilizada" (ocidental-judaico-cristã)?
- Seguindo essa premissa, será que incutir o pensamento da preservação não é aculturar essas outras culturas?
- Ter o registro dessas outras culturas interessa aos membros dessa cultura ou ao observador "civilizado"?
Eu dou todo apoio à preservação de culturas diferentes das minhas, mas não acho válido que isso parta da minha visão. Para mim, isso deve ser um interesse genuíno dos integrantes das outras culturas, incorporar esse pensamento "preservacionista". Vindo de pessoas que só tem o interesse em fetichizar a cultura do outro, prefiro que essas culturas se percam.
Mas e aí, voces? Concordam ou discordam de mim? Voces têm alguma base teórica para alimentar a discussão? Me sentiria grata de saber o que voces pensam sobre isso?
pS: A ilustração desse post é do meu queridissimo Sir Alma-Tadema, que era um lindo wannabe conservador de uma cultura greco-romana anacronico.
Então Lê, tentando não ser muito relativista, eu acredito que é importante, óbvio que para os próprio Kaingang, mas é importante também pro Brasil, como uma nação, e sim, eu sei que esse conceito de nação é uma construção, mas no nosso mundo, moderno, ou pós moderno, sei lá, o que é real?
ResponderExcluirMas enfim, voltando a falar dos índios, eu não acho que chega a ser aculturação, a gente não pode esquecer que cultura é uma coisa bem fluida, moldável, e que a partir do contato, seja com o europeu seja com outros povos ameríndios, essas pessoas vão mudando sua própria cultura, da mesma maneira que podemos mudar a nossa.
A, olha, eu sou a favor do site estar em Kaingangue sim, não sei se precisa partir dos próprio índios, mas que seria legal consultá-los sobre o assunto, e, se eles concordarem, seria legal também que eles fossem chamados para na construção.
Nossa, Lê, complicada a questão. Mas vc tem uma certa razão, no sentido de que mtas vezes queremos incutir nossos valores nos outros e pensamos estar lhes ajudando, mas ainda assim, estamos nos impondo... Vou pensar a respeito... beeeijos
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