quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Te quiero mucho

Hoje eu acordei com saudades da Espanha. Dos lugares que eu conheci, a Espanha foi o lugar que eu mais me identifiquei. Se fosse para escolher ser a cara de um lugar, escolheria a Inglaterra. Mas eu não escolhi.
Eu acho um pé no saco o imaginario que se vende dos lugares, por exemplo, Brasil país do samba e futebol; Paris é uma cidade glamourosa; só na Africa voce vai conhecer o verdadeiro mundo selvagem; os Estado-unidenses são todos burros manipulados pela televisão e por aí vai. Por lógica, esse discursinho de que a Espanha é um lugar místico, sempre me pareceu uma grande bobagem.
A Espanha é um lugar como todos os outros urbanizados na face da terra. Simples assim. Mas para mim, a espanha ganhou uma dimensão muito maior. Lá eu tive experiencias fantásticas e intensas. Lá eu fui amada, odiada, venerada e até a indiferença de lá foi muito mais aconchegante do que as de outros lugares. A Espanha foi meu trampolim para o resto do mochilão e o lugar que me recebeu de braços abertos quando eu estava me preparando para voltar ao Brasil.
Das pessoas que eu conheci, das comidas que eu comi, das musicas que eu ouvi, das obras de arte que eu pude ver, dos solos que eu pude pisar, dos amigos que eu pude fazer... tudo, tudo mesmo parecia fazer muito sentido para mim naquele lugar. E com sentido, não quero dizer lógica racional cartesiana, muito pelo contrário, é algo tão subjetivo que eu não consigo exteriorizar. Só faz sentido para mim, só eu tenho essa experiencia.
A sensação que eu tive ao sair de lá era de estar indo embora de minha casa. Nunca um lugar me fez sentir tão em casa como a Espanha, nem minha própria casa. Tenho saudades do que eu vivi lá sim, mas mais do que isso: tenho a impressão que ainda tenho muito a realizar por lá. E tenho a impressão que só lá eu estarei plenamente feliz.

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